domingo, 31 de janeiro de 2010

cinzas do coração (folha)

FOLHA

Vai a folha voando,
vão os sonhos girando
a sombra no solo imitando
o giro sonhado da folha...

Vai a folha sem rumo
em vôo triste, soluçando,
enquanto o Sol vai lhe queimando,
a sombra chora, imitando...

Vai, folha seca sem destino,
percorre o campo ao léu,
enquanto eu tiro o véu,
que meu Sol tampou...

Vai, que fico te olhando,
minha alma voando, olhos fixos no céu,
Vai folha amarelada, como voa um chapéu,
rodopiando o pensamento, voando ao léu...

Pois já é alma, como folha, folha cor de mel,
És a dor de meu partir, parte de mim que se vai,
Vai! Pois de mim, algo fica em cordel,
versetos de folha morta, que voa... vai...

E o Sol há de queimar-te,
e minhas cinzas voarão,
até que o rio me chame pelo nome,
\pois só restou … cinzas do coração!

Mando Mago Poeta 22:46 31/1/2010

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Infinito adeus

Hoje não quero a poesia,
batendo na porta da alma,
quero o bolero de um dia,
de um sofrimento que acalma...

hoje não quero respostas,
minhas dúvidas se multiplicam,
quero o sino batendo nos rastros que dou as costas...

Hoje acordei sem versos,
sem rimas que me animem,
com os pensamentos dispersos,
não há estrofes que se rimem...

Hoje não quero a poesia,
quero um soneto sem vida,
uma prosa sem sentido,
para que me sinta poeta,
escrevendo um infinito "adeus".

Mando Mago Poeta 17:32 29/1/2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Enchente sem rima

08122009(004)

Assisti atento, um verso escorrendo pelo chão,
Como dor afogando-se, num lamento, em vão.
Vislumbrei uma fagulha imensa, no céu escuro,
uma cascata, um rio intenso, enchente no coração!

Águas e letras misturadas,
sôfregas almas, em pranto,
poesias trágicas, inundadas,
no concreto, no manto...

Haverá arte, em morrer soterrado?
Poesia que descreva a dor?
Sou um poeta inundado,
no pranto, no fulgor...

A dor do povo esquecido,
do pobre, do condenado...
É a mesma dor do rico,
é o sino do vitimado!

Assim me vem a avalanche,
a enchente suja do rio,
assim me vai o instante
a chuva levou a rima,
dos morros do Brasil!

Mando Mago Poeta 21:03 28/1/2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Poesia em vão

Não há poesia concreta
Nem tão pouco a imensidão,
Há uma rima deserta,
na estrofe de meu coração.

Não há poesia romântica,
Nem tão pouco uma paixão,
Há versos rompidos na semântica,
Ventos fortes na razão.

Não há poesia literária,
Nem uma clara visão,
Há uma forma arbitrária,
De morrer de emoção.

Não há poesia em soneto,
Só um poeta solitário,
Há um escrever obsoleto,
de um mundo utópico, imaginário!

Não há poesia em em vilancete,
Nem tão pouco uma canção,
Há uma melodia emudecida, em falsete,
De batidas tímidas de um coração.

Não há poesia em haicai,
Nem verso de decisão,
Há palavras soltas,e cai,
a mão do poeta no branco...

em vão.

Mando Mago Poeta 22:09 27/1/2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

Sal

 

porque de mim
água salgada
sem fim
galada

nada mais
doído
mais nada
contido

pois, sim
doía
pôs fim
sumia

alma d'amor
esvaía
lúcida cor
branco caía

porque de mim
sal brotou
evaporou
a água do fim!

(ficou só o sal)

Mando Mago Poeta 23:45 24/1/2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Amor platônico

 

Vejo-te reluzindo,
com esses olhos azuis,
como imãs gigantes,
a me atrair...

Já não sei,
Por quanto tempo resisto,
já não sei dizer não,
apenas resisto, na indecisão...

Você me apareceu,
feito um anjo azul,
brilhante e carente,
e meu coração cedeu...

Dominado e complacente,
apaixonado e indeciso,
amor platônico, inocente,
sou teu, em poema,
verso, prosa...indriso.

Sou um poeta apaixonado,
por uma dama tão bela,
cheio de amor, devotado,
diluído em uma aquarela.

Mando Mago Poeta 18:50 22/1/2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Repentes poéticas…

caminho de flores
As pétalas que pisastes ontem,
são as flores que morreram
do jardim de meu coração!
Mando Mago Poeta 18:17 19/1/2010
Mesmo caminho
mesmo chão
pedacinho
de algodão
Mesmo delito
mesma desculpa
pedacinho de ilusão
Mesma rotina
mesmo colchão
pedaço de cortina
aberta no coração
Mesma mentira
mesmo perdão
pedacinho que vira
caco sem irmão
Mesma face congelada
Mesmo copo de veneno
Pedacinhos de lembranças
de uma vida arrancada
doída, cicatrizada,
e no céu me foi lembrada,
aos poucos desenhada...
pedacinhos de algodão.
Mando Mago Poeta 18:30 19/1/2010
sonho-de-liberdade
Se minhas palavras
afugentam a tua razão
meus pensamentos
com certeza te machucarão!
Mando Mago Poeta 18:31 19/1/2010
y1p
Me ensinastes a ser só,
afastando-me de ti,
agora largue minha mão,
já não sei viver a dois,
e de mim, nunca mais me separarei!
Mando Mago Poeta 18:33 19/1/2010
Se me deres motivo para amar,
aquela nuvem de algodão
amarei a tua imagem,
que sempre se vai...
quando começo a entender sua forma.
Mando Mago Poeta 18:34 19/1/2010
Meus pés estão descalços
sinto-os sangrar levemente
de tanto pisar a falsidade
dos que pensam me enganar...
Mando Mago Poeta 18:35 19/1/2010
Não me diga nada!
Se nada sabe da verdade,
pois cada um tem a sua,
ou empresta do vizinho
quando não sabe pensar por si,
e decidir o que quer deste mundo.
Mando Mago Poeta 18:39 19/1/2010
Carrego a balança numa mão,
estando equilibrada ou não,
na outra carrego a espada,
em defesa do que é bom.
Mando Mago Poeta 18:39 19/1/2010
mago-full
Nada tenho de valor
nada que possa comprar
só possuo o meu cajado
minhas cabaças a balançar
sem fitas pra enfeitar
sou como a folha verdinha
que caiu no seu quintal
e espera alimentar
a árvore que vai nascer
sem nada questionar...
Mando Mago Poeta 18:49 19/1/2010
olhar
As pessoas e suas visões
Alguns olham e nada vêem,
cegos de indecisão,
Outros, cegam a razão...
Alguns olham sem parar,
fingindo algo fitar,
quando na verdade escondem,
o que não sabem decifrar...
Algumas pessoas enxergam,
algo mais no horizonte,
e de tanto olhar para longe,
esquecem de ver ao seu lado,
caminhando sós na ilusão...
Uns vêem além da vida,
flutuam na eternidade,
mas nada fazem de útil,
só postulam a divindade...
Alguns enxergam distante,
com olhos de mosca atenta,
frações de tudo e de todos,
e a nada de concreto se atenta.
São olhos que não se enxergam,
no espelho da alma humana,
refletem o inconsciente,
sem luz, sem cor...sem gana!
só uma mistura de tudo,
sem sem interpretar os nuances,
sem sentir a energia,
da luz que vence o tempo,
viaja no espaço,
e adentra nossas células!
cada fóton, elétron solitário,
cada partícula, cada íon,
de todos, o menor,
é um universo desconhecido,
que habita os olhos da alma imortal...
E neste olhar, desprovido do "todo",
se forma um olhar vazio,
de um cego da alma,
que em tudo tenta tocar,
com as mãos trêmulas e indecisas,
Achando que o invisível, é tocável,
e que pode ver a luz com olhos de indecisão.
Mando Mago Poeta 19:17 19/1/2010

Sou índio Xavante
de sangue puro e real
sou filho da terra
das matas, guerreiro leal. 
Mando Mago Poeta 19:27 19/1/2010



Foto índio da etnia Terena não é Xavante.
O crédito da foto é © Tatiana Cardeal.
:http://www.flickr.com/photos/tatianacardeal/199860276/in/set-72057594123622684/

sábado, 16 de janeiro de 2010

A Despedida

despedida

É difícil a despedida
Quando o coração bate
fazendo ondas na poça de lágrimas
dos sentimentos derramados...

Quando as mãos suadas e trêmulas,
denunciam a vontade de não ir...
Os olhos mareados, embaçam a visão,
tornando os contornos do rosto amado
desfocados...

Como se a imagem já fosse distante!

Despedir é sempre difícil,
porque sabemos que a viajem de volta
será mais longa que a de partida,

Nunca se sabe como ir embora,
Sem deixar o peito oprimido,
os sonhos afogados,
num rio de palavras que não deságua
no mar do entendimento...

Pois quem fica nunca aceita sua partida,
por mais que saiba que é inevitável.
E, parte um amor na dor desmedida,
parte um coração, que na saudade fica!

Mando Mago Poeta 21:47 16/1/2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um poema na areia

Vem o poeta e escreve na areia,

um poema, de amor intenso…

Vem o indolente, mar

tão forte em suas ondas,

e tenta apagar!

O poeta sorri com paciência,

pois sabe que um poema escrito na areia,

é como uma viajem no tempo,

fica eternamente gravado no coração

e na lembrança da alma amada…

onde nenhuma onda pode apagar!

Mando Mago Poeta 22:30 15/1/2010

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

"Muitas vezes grandes espíritos são ofuscados pela forte opressão de mentes medíocres." Albert Einstein

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

As vezes

estrela_espaço

As vezes

As vezes as estrelas falam
em versos de poesia faminta
que devoram a minha razão
e, em um impulso me calam...

As vezes a poesia planta estrelas
nos olhos de um poeta triste
e nele, colhe esperança
de um mundo que ainda resiste...

E, as vezes,
somente as vezes,
um poeta escuta as estrelas
beija o papel lacrimado
e impulsivamente declama
os mais intensos versos
que ainda não escreveu

E, talvez não escreva,
tamanha emoção que lhe toma,
trêmulas mão que resistem,
e as lágrimas obstruem seus olhos

e a emoção transpassa-lhe a garganta,
em fagulhas coloridas e mágicas
poesia repleta de amor,
nos seus últimos suspiros poéticos,
que a morte do ego lhe trouxe!

As vezes, a poesia cala,
o papel fica molhado,
e o poeta apaixonado,
transpira, e sua poesia exala!

Mando Mago Poeta 18:58 12/1/2010

domingo, 10 de janeiro de 2010

Saudades

Saudades

Tenho saudades de meu primeiro All Star,
de quando dançava até a noite dormir
e o dia acordar...

Tenho saudades da turma de escola,
do Rock Samba na sala,
da casa cheia de gente!

Tenho saudades dos meu poemas,
que um dia alguém levou,
tirou um grande pedaço de mim...

Tenho saudades dos amores juvenis,
dos encontros e desencontros
...Do perfume de jasmim...

Tenho saudades, mas sei,
que cada dia que vivi
será uma lembrança feliz
que carregarei eternamente!

Tenho a certeza, que meus amigos
do hoje, da poesia...
serão o mais demorado soluço,
de saudades e alegria.

Mando Mago Poeta 08:46 10/1/2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Rio de coração

coracao_vivo

A margem do rio me abrigou no verão,

banhou-me em constante e fria água,

levando toda dor…

Acordei com o coração encharcado,

como se tivesse chorado,

mil chuvas de verão…

Ahh, pobre coração!

Que viveu emocionado,

embasbacado de tanto amor,

Derreteu, quase virou água,

Quase fundiu-se ao rio… Quase um rio de coração…

 

Mando Mago Poeta 22:52 6/1/2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

Duplo sentido

Imagem(557)

Se em meu peito bate um coração

Esse coração que bate e ama

as vezes apanha

as vezes…

Se em minha cabeça há dois hemisférios,

meu mundo pensante dividido,

entre números sem mistérios,

o cálculo subentendido…

As vezes sou canhoto,

outras vezes sou destro,

pinto com as duas mãos

com a emoção de um maestro!

Sou mistura de números e letras,

Ambigüidade, indecisão…

Sou calado por natureza,

mas cheio de vontade de falar.

E, as vezes…

as vezes falo.

outras vezes escrevo,

desenho, pinto,

e…

calo.

Mando Mago Poeta

02/01/2010