sábado, 22 de agosto de 2009

Rabiscos, haikais, sonhos demais...

I

Neste canto

Divago...
Encanto!

II

Valsa da vida
Chão de pedra
Danço todo dia!

III

Coração tem dois lados
Embora dividido
Ambos apaixonados...

IV

Fiz um poema
Atrevo-me a escrever
Sem nehum esquema.

V

Guardo-me tanto!
Ainda poderei
Nessa gaveta me achar?

VI

Escrevo, descrevo,
nesse sonho
nenhum beijo...

Mando Mago Poeta 23:24 22/8/2009

domingo, 16 de agosto de 2009


substrato

Se o vento levar minha alma,
soprando forte a indiferença,
resta-me um sopro suave,
na miragem de tua presença...

Se me abastar de desejos,
insaciados sonhos juvenís,
Exumado estarei na tua presença,
Despido de mim, em sorrisos infantís.

Sem simbolismo complicado,
realismo dividido,
da realidade surreal,
Nessa vida abstrata...

onde sou apaixonado,
trovador do abstrato,
de verso e prosa, enamorado,
do ser, o simples substrato...

(assim me tens, assim teria.)


Mando Mago Poeta 23:46 14/8/2009

RAIOS POÉTICOS


Ráios poéticos (divagação)

Misturado ao cinza-chumbo-celeste
Vigiado pelas núvens de fumaça,
está nítido o raio fulgurante
entranhado na alma terráquea,
em ponto de ebulição...

Enquanto seu calor aumenta,
Seus raios alcançam novas fronteiras,
olhos cismados o acompanham,
ora invejosos, ora medrosos...

Sol da alma poética,
Luz da sabedoria essencial...
Os raios inspiradores do Astro,
Fulguram graciosos na alma do poeta,
Queimam sua face, na mais profunda emoção,
Na comoção de seus dias, cinzento-azulados!

Alma de poeta não chora!
Chove emoção...
Não entristece,
Nubla-se, inventando verbos!
Não cai,
Pousa serena ou abruptamente,
nos corações sensíveis!

Se seus raios queimam a razão alheia,
é por que carrega o calor da alma,
que absorve de todos, todas as emoções,
que um ser "humano", pode sentir!!!


Mando Mago Poeta 21:44 11/8/2009

sábado, 8 de agosto de 2009

Pai

Quando eu sonhei em ser pai
sentia falta do meu.
Nas lembranças que não tenho,
nos dias infantis, brincando só,
nas trajédias familiares...

Queria ser Pai e mudar algo,
ser o pai que não conhecia,
ter alguém que me amasse.

Reticencioso... não conversava.
Timido, isolado...
Cresci com meus devaneios juvenís,
de construir uma familia feliz.

Já não sei o que buscava,
se eram traumas disfarçados,
ou a coragem de reconciliar
com o Pai que já tinha...

Nada mudou nos anos seguintes,
partiu meu Pai desse mundo,
com um abraço tímido, quase sem querer...
partiu a minha chance, de recomeçar!

E hoje, como Pai, já não sei reviver,
os sentimentos que temia,
os motivos dele, ou os meus,
Resta apenas uma dor...

De ver uma criatura herdeira de meu sangue,
Voltar-se em revolta, secando minhas lágrimas,
com o pano de chão, como se lágrimas de amor,
fossem ácidas e sujas, águas tirânicas... Salgadas.

Que eu seria Pai, eu sabia...
só não sabia que o amor dedicado,
seria o próprio culpado,
de mais dor e solidão,
"banhado na ingratidão" ...

Sou pai, em fim... e confesso que amo demais.
Sou um pai, que cultivou a utopia, de ter uma familia feliz...
e esbarrou na dura realidade, que os filhos são seres
individuais (e muitas vezes, individualistas.) e únicos.

Pena, os valores morais foram esquecidos...
perdidos no tempo. Deixo minhas lágrimas cairem,
quando lembro, que podia "cair o céu", que ainda amava
e respeitava meus pais...
Hoje, os jovens não sabem o que é amar, apenas soletram,
as palavras que "decoraram" na infância!


Mando Mago Poeta
8 de Agosto de 2009