quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O Amor em Sete Atos

Existe algo que ainda não foi dito sobre o amor?

1-O sal dos olhos

Vejo em versos antigos e tristonhos

Que cada gota de lágrima de chuva

Escorreu no rosto, em sonhos

De vinho tinto, de uva...

Cada verso vermelho de dor

Veio feito chuva em torrente

Chovendo forte e indolor

Até consumir o coração inocente!

Vieram sonetos e poesias

A mais dura e sofrida prosa

Em que o poeta se esvaía.

Era o sal do mar, no olhar triste

Que nascera do amor que partiu

E secou os olhos, do amor que persiste.

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2-O amor partiu

Mas o amor também vai chorando

Quando quem fica, é que se despede,

Torna-se a dor que não se mede

E aos poucos vai se derramando.

Vejo a imensa cachoeira

De sonhos que não vingaram

Do amor sem eira nem beira

Caindo forte, nos que ficaram.

É fortaleza inquietante

Despencando sobre as pedras

E caindo em um instante!

Sobretudo há entendido

Que despedida é queda livre d’água

Sobre o amante desiludido...

23/12/2010 Mando Mago Poeta 22:07

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3-O amor vencido

Havia pensado em amor eterno,

Como um sinal de infinito

E caí em desterro, de terno

Preto e endurecido!

Que o amor não morre nunca,

É o que ensinamos e aprendemos,

Vivemos falsos amores, permuta

De desejos que não entendemos...

Seria amor, a insanidade?

O acasalamento sem respeito,

O desejo sem maturidade?

Ou seriam versos de luxúria,

Cantados em gemidos suados,

Arrependidos após, em lamúrias!

23/12/2010 Mando Mago Poeta 22:21

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4-Amar e venerar

Há o amor que soberano impera,

Vence as dificuldades da vida

Nessa luta desmedida

Que o sentido da vida encerra.

Amor forte e indestrutível

De vigor inabalável

E pureza indiscutível,

Que supera o que é palpável!

Esse amor de todas as vidas

Que venceu gerações de guerras

É fortaleza de muralhas bem construídas.

É o amor que impera na pureza

Alma do ser, vida da vida,

Essência da Natureza.

23/12/2010 Mando Mago Poeta 23:11

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5-Febre e calor

E queima como sol essa paixão,

Arranca da pele o sal, a vontade da mão...

Derrete no peito, o coração

E líquida está a razão!

Imperioso e dominante

O amor munido de paixão

Irrompe dos medos, infante

De armadura e escudo na mão.

É um Sol contido no peito

Que ilumina intensamente

Tanto quanto o faz liquefeito!

Sê derretido!

Sê desfeito em paixão...

Mas não deixa-te perder o sentido.

26/12/2010 Mando Mago Poeta 22:23

6-Vou vestido de amor

Quando o amor vem vestido de alegrias

é um amor puro, de lembranças belas.

É o vento que dá forças, multiplica energias

é aquela ventania que impulsiona às velas!

É esse amor sem medidas

que eleva os seres ao céu

com as almas invadidas

de uma beleza sem véu.

é uma beleza da alma

sensação tão bela...

uma agitação calma.

Quando desse amor, se é acometido,

nada na vida padece em dor,

é um contínuo sorrir, do puro amor!

Mando Mago Poeta 22:14 26/12/2010

7-O amor doentio

É sã a dor de amor?

Que leva os seres a morrer

Tomados de vícios mundanos

Seria amor? Ou sentimentos profanos!

Haja visto que os corpos adoecem,

Nos cálices de vinho sem cor

Resta unir-se, e esquecem

De que o abraço deve ser de amor...

Agarram-se nos ombros alcoolizados,

Arrastando-se mutuamente

Nas madrugadas, dos violados.

É um amor doentio

Que fere o próprio dom de amar,

Mas se sente vivo, mesmo “com a vida por um fio!”

26/12/2010 Mando Mago Poeta 22:34

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